"O dia chegou", disse a mãe no primeiro abraço. Ela logo emendou: "Teu cabelo tá grande".
O abraço apertado celebrava a liberdade do vendedor de água Anderson Gabriel da Silva, de 25 anos, após quase 9 meses preso injustamente no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, por um crime que não cometeu. Ele deixou a unidade na tarde desta terça-feira (7).
O homem foi acusado de um homicídio que, segundo a Defensoria Pública, teve como autor uma pessoa de mesmo nome, que atualmente está preso na Paraíba. O caso também tem outra grande coincidência: o nome da mãe de ambos é igual, Ana Paula da Silva.
Segundo a defensora Maria Cristina Ribeiro, que atua no Cotel e acompanhou o caso, trata-se de um episódio de preconceito com falha da Polícia Civil e morosidade da Justiça.
"Infelizmente teve uma vida que foi ceifada, teve uma morte na comarca de Goiana [Mata Norte de Pernambuco] e a irmã presenciou a morte do irmão", conta a defensora.
De acordo com Maria Cristina, a irmã da vítima reconheceu o autor do crime por foto. Seria um homem com o mesmo nome do vendedor de água, mas com uma extensa ficha criminal.
Fonte: diariodepernambuco